Produção e consumo de ovos cage free é uma tendência mundial
A preocupação com o bem-estar animal na produção de alimentos é uma realidade mundial, e a produção e consumo de ovos cage free são uma parte importante desse movimento. Por causa disso, grandes redes de restaurantes, como o McDonald’s, e de hotéis, como Hyatt e Four Seasons, têm investido na oferta de ovos de galinhas livres de gaiolas em seus estabelecimentos.
De acordo com um relatório da Open Wing Alliance, que une mais de 90 organizações-membro de mais de 70 países, 15,8% das galinhas poedeiras do mundo vivem fora de sistemas de gaiolas. Campanhas globais lideradas por diversas organizações como a Humane Society International ou The Humane League compartilham estratégias, táticas e recursos ao redor do mundo, com o objetivo de auxiliar granjas a iniciar a produção ovos de galinhas livres melhorando significativamente o bem-estar animal e promovendo práticas mais éticas na avicultura.
Continue lendo esse post e veja a tendência de produção e consumo de ovos cage free.
Produção e consumo de ovos cage free no mundo
Empresas globais como Nestlé, Unilever, Burger King, KFC e a rede de hotéis Marriott, além das asiáticas Minor Foods, Jollibee Foods Corporation e Kewpie se comprometeram a gradualmente substituir totalmente a compra de ovos provenientes de gaiolas em favor de práticas de bem-estar animal.
O incentivo à produção de ovos de galinhas felizes é uma tendência, muito potencializada pelo consumo de ovos cage free. É importante, no entanto, que haja clareza nos requisitos para o manejo das aves, bem como esforço dos produtores para adequação da produção, como vem ocorrendo em diversas partes do mundo.
Produção cage free nos Estados Unidos
Os Estados Unidos são um exemplo onde as mudanças no consumo geralmente antecipam tendências globais. Ao todo, 34% das galinhas poedeiras do país (106 milhões) em 2022 foram criadas livres de gaiolas. O USDA (United States Department of Agriculture) projeta que até 2026 essa população cresça para 66% da produção nacional, a fim de atender a demanda de consumo de ovos cage free. Desde 2012, já houve um salto de 9,6% para 39,6% em 2024.
A legislação em alguns estados já determina que os produtores se adaptem e ofereçam a totalidade da produção sem gaiolas até uma data-limite. Em Nevada e Oregon, por exemplo, os produtores devem se adaptar até o final de 2024; em Michigan, Utah e Arizona, o prazo é até o final de 2025; e em Rhode Island até julho de 2026. A California é o estado que possui a legislação mais rígida em relação ao bem-estar animal, tendo proibido desde 2022 a venda de ovos que não sejam provenientes de galinhas livres. Outros estados também já possuem legislações semelhantes para promover o bem-estar das galinhas poedeiras.
Entre os produtores, em uma pesquisa com 31 entrevistados, 15 deles esperam que haja uma oferta ampla de ovos cage free, sem escassez, até 2026. A expectativa destes produtores é de que a oferta de ovos de galinhas livres seja de 87% de toda a produção até 2040.
Realidade Brasileira e Latino-Americana
A estimativa é de que, atualmente, 5% da produção brasileira de ovos seja originada do modelo sem gaiolas. A tendência é de que o investimento no sistema cage free seja mais significativo nas granjas que atendem grandes redes bem como indústrias de alimentos que usam ovos como ingredientes.
Porém, o consumo de ovos cage free é uma tendência cada vez mais presente, pois o consumidor final está mais atento às condições de bem-estar animal. Nesse sentido, grandes marcas como Heinz, Unilever, Barilla e Nissin valorizam o selo Certified Humane de bem-estar animal para agregar valor aos seus produtos e atender à demanda de consumo consciente.
Entre as maiores produtoras de ovos do país, a Mantiqueira possui produções com selo Certified Humane e é fornecedora da rede McDonald’s no Brasil. A rede de fast food alcançou a meta de ser 100% cage free no país em 2023, além de ter obtido o mesmo êxito na Costa Rica, Peru e Colômbia. A meta é que até 2025 o consumo de ovos cage free seja de 100% em 20 países da América Latina e Caribe.
Cenário Asiático de produção de ovos cage free
Da mesma forma que no resto do mundo, a demanda de consumo de ovos cage free aumenta na Ásia. Os 10 maiores países consumidores de ovos do mundo são países asiáticos, correspondendo a uma criação de 3 bilhões de galinhas (63% da produção mundial).
No entanto, apenas 10% da produção local é livre de gaiolas, estando em descompasso com a vontade dos consumidores. Uma pesquisa da Open Wing Alliance mostrou que 86% dos consumidores em 8 países da Ásia-Pacífico se preocupam com o bem-estar dos animais de criação. Os países do sul e oeste da Ásia apresentaram o maior progresso em direção ao fim das gaiolas para criação de galinhas poedeiras.
A Certified Humane já tem presença na Ásia desde 2019, em países como Indonésia, Malásia, Tailândia, Vietnã, Cingapura e Índia.
Importância da Certificação de Bem-estar Animal
Adotar práticas de bem-estar animal na produção de ovos está alinhado com as tendências globais dos consumidores, que estão cada vez mais exigentes em relação às condições de produção. Granjas do mundo todo precisam adequar suas produções para não ficarem atrás nem perderem mercado devido às novas exigências, entre elas o consumo de ovos cage free.
A Humane Farm Animal Care (HFAC) fornece aos produtores padrões de criação de galinhas livres de gaiolas para garantir que as aves possam viver em condições adequadas. Dentre estes padrões temos a densidade máxima nos galpões, a qualidade do ar, a capacitação dos encarregados em pontos críticos de bem-estar, espaço mínimo de comedouros e de poleiros, bem como número mínimo de ninhos e bebedouros, dentre outros recursos para enriquecimento ambiental que permitam às aves a expressão dos seus comportamentos naturais.
O selo Certified Humane não só ajuda a ganhar a confiança dos consumidores, mas também facilita o comércio internacional de produtos certificados.
Para saber mais sobre o bem-estar das galinhas, conheça nossos padrões específicos de bem-estar animal para cada espécie.
Publicado em 20 agosto de 2024