Frangos de corte: Burger King dá passo importante
Mais um peso-pesado da indústria da alimentação dá um passo importante para melhorar o bem-estar dos animais, principalmente, dos frangos de corte.
A rede de lanchonetes Burger King anunciou no fim de março um plano para eliminar de seu cardápio a carne de frangos de corte, criados em condições que desrespeitem as boas práticas de bem-estar animal. A empresa se comprometeu a comprar carne apenas de fornecedores que possam assegurar que as aves tenham qualidade de vida desde o nascimento até o abate.
Um dos compromissos assumidos é de eliminar da cadeia de produção avicultores que não ofereçam às aves espaço suficiente para que possam viver com conforto eliminando aviários superpovoados. Para continuar fazendo negócios com o Burger King, os fornecedores terão de oferecer aos frangos um ambiente enriquecido, de acordo com os padrões adequados de iluminação, limpeza e qualidade do ar, entre outros aspectos. O objetivo é que os frangos tenham espaço para se movimentar livremente, dormir e expressar seus comportamentos naturais, além de acesso a água fresca e alimentação adequada, entre outros requisitos. O prazo para que a adaptação às normas de bem-estar animal seja concluída vai até 2024.
A medida foi anunciada pela Restaurant Brands International, grupo controlador do Burger King. Trata-se de um reforço e tanto para humanizar o modo como são criados os animais que dão origem aos ingredientes que chegam às nossas mesas. O Burger King é uma das maiores cadeias de alimentação do planeta, somando quase 16.000 lanchonetes – a maioria delas franqueadas – em cerca de 100 países, entre os quais o Brasil. O anúncio em favor do bem-estar dos frangos de corte repercutiu na imprensa mundial, sendo destaque em sites como o da CNN.
Compromissos valem para a América do Norte e América Latina
Não é o primeiro passo do grupo em prol do bem-estar animal e dos frangos de corte. Nos últimos anos, o Burger King tomou uma série de
iniciativas na área. Um exemplo: desde 2012, os fornecedores de ovos estão tendo de se adaptar às regras que determinam que as galinhas poedeiras não podem ser alojadas em gaiolas apertadas, mas sim em ambientes espaçosos. A empresa também se comprometeu a comprar carne suína apenas de criadores que eliminem as apertadas gaiolas de gestação para baias coletivas, eliminando a crueldade a que se submetem as matrizes ao dar à luz os leitões.
Outra exigência é que os produtores de carne não usem antibióticos como suplemento alimentar para acelerar o crescimento dos animais. Boa parte desses compromissos, listados no site oficial do grupo valem para os fornecedores da Burger King na América do Norte e na América Latina.
Os frangos de corte constituem uma parcela importante dos animais submetidos a condições inaceitáveis de criação. De acordo com a organização não-governamental World Animal Protection (WAP), no mundo inteiro 60 bilhões de frangos são criados anualmente para o abate – dois terços deles vivem em galpões superlotados ou em gaiolas sem luz ou ar fresco. E essa triste realidade tem motivado os consumidores a se mobilizar para pedir mudanças – mais de 75.000 pessoas em diversos países já assinaram uma petição promovida pela WAP para melhorar as condições de vida das aves. Se você for produtor rural ou estiver à frente de uma empresa de alimentos, fique atento: algumas delas podem ser consumidoras dos seus produtos.
Publicado em 06 abril de 2017