Comportamento e o bem-estar animal: jovens valorizam como bovinos, suínos e frangos são alimentados
O primeiro passo para conquistar o coração de um consumidor é saber o que é importante para ele, valorizar o comportamento e o bem-estar animal. Uma pesquisa realizada em dezembro perguntou a pessoas de 24 a 34 anos o que eles levam em consideração antes de comprar carne ou frango. Ficou claro que os jovens valorizam o bem-estar animal.
De acordo com as respostas, dois dos três atributos mais valorizados estão diretamente relacionados ao trabalho do Instituto Certified Humane Brasil. O primeiro deles: a criação deve ter seguido boas práticas de bem-estar animal. O outro aspecto é que a forma como os animais são alimentados importa, e muito – os entrevistados preferem, por exemplo, consumir carne de bovinos, suínos e frangos cuja alimentação não tenha sido aditivada com antibióticos para promover o crescimento. (O terceiro item mais citado foi o compromisso com a sustentabilidade ambiental). É revelador: os jovens valorizam o bem-estar animal, até mesmo no que diz respeito a como bovinos, suínos e frangos são alimentados.
De fato, para obter a certificação de boas práticas de bem-estar animal, assegurada pelo selo Certified Humane, os produtores têm de seguir diversas normas relacionadas à qualidade da ração. Eles devem assumir compromissos não só no que diz respeito à quantidade e à disponibilidade da alimentação, mas também quanto a sua composição. Ingredientes de origem animal, por exemplo, são proibidos.
A pesquisa sobre o comportamento e o bem-estar animal foi realizada pela Millennium Research, instituto de pesquisa sediado nos Estados Unidos, a pedido da Delacon, uma fabricante de extratos vegetais para alimentação animal – de acordo com a empresa, o papel desses extratos é substituir os antibióticos como promotores de crescimento. Um ponto importante é que o público pesquisado foi composto por jovens de um perfil bastante específico, formado por pessoas que se identificam como “foodies”. Talvez a melhor forma de traduzir esse termo para o português seja a expressão “louco por comida”. Não no sentido de alguém que seja guloso, comilão. Um foodie é o tipo de pessoa que se interessa por qualquer coisa relacionada ao mundo da gastronomia.
Os foodies: loucos por comida e pelo bem-estar animal
Um “foodie” é alguém que gosta, por exemplo, de experimentar receitas e novos ingredientes. Fica com água na boca diante de notícias, pesquisas e descobertas sobre o preparo da comida e da relação de seus ingredientes com a saúde. Não perde reality shows de culinária como MasterChef e Hell’s Kitchen. Seus ídolos não são astros e estrelas do cinema, da música ou do esporte, mas chefs celebridades como os britânicos Jamie Oliver e Gordon Ramsay (isso para não falar em alguns bem mais populares entre os brasileiros, como a argentina Paola Carosella e o francês Eric Jaquin).
Dá para para entender melhor de quem estamos falando? Pois bem. Boa parte da população que se encaixa nesse perfil, na faixa de 24 a 34 anos, como o público da pesquisa da Millennium/Delacon. Não tenha dúvida: o comportamento e o bem-estar animal são valorizados pelos jovens, que estão se tornando um grupo cada vez mais influente sobre o modo como os produtores de alimentos se relacionam com os consumidores. Esses loucos por comida manifestam-se claramente em favor do bem-estar animal. Será que vale a pena ignorá-los?
Publicado em 01 março de 2017