Muda regra de transporte de cargas vivas e bem-estar animal ganha importância na lei
Desde o começo do mês de julho deste ano, o transporte de carga vivas tem novas regras. A pressão para que criadores e empresas de alimentos adotem boas práticas de bem-estar animal emerge de duas frentes.
A primeira delas é o mercado, uma vez que os consumidores cada vez mais rejeitam se relacionar com marcas que não se comprometam em assegurar uma boa qualidade de vida para a criação. A outra é a legislação: os responsáveis por produzir leis e regulamentos estão se adaptando aos anseios do público, criando padrões mais elevados de tratamento e cuidado com os animais. Um exemplo disso são as novas normas de transporte de cargas vivas, publicadas no final de junho pelo Conselho Nacional de Trânsito.
Elas determinam que de 1º de julho em diante os veículos usados para transportar animais deverão atender a uma série de requisitos para evitar o sofrimento desnecessário e diminuir os ferimentos. Por ora, as regras valem apenas para caminhões e utilitários novos. As novas regras de transporte de cargas vivas mostram um avanço da importância do bem-estar animal nas leis e regulamentos.
Uma das exigências é que os caminhões e caminhonetes sejam adaptados à espécie transportada – a altura e a largura devem ser suficientes, por exemplo, para que os animais possam ficar em pé durante a viagem. Será necessário também que as aberturas pelas quais os animais são carregados e descarregados tenham o tamanho adequado para que a carga viva possa ser carregada e descarregada.
As condições inadequadas de transporte não são apenas uma questão ética, mas tratam-se de um problema para a eficiência da agropecuária
Um dos objetivos das normas recém-publicadas para o transporte de cargas vivas é diminuir o estresse e a agitação dos animais. Não se trata apenas de uma questão ética, mas de um grave problema para a eficiência do setor agropecuário. Alguns estudos indicam que podem chegar a 20% as perdas causadas por condições inadequadas no transporte.
Freadas bruscas, caminhões superlotados e a exposição às intempéries resulta na morte de animais, cuja carne tem de ser descartada. Outros se machucam, também resultando em perdas. Além disso, o estresse elevado resulta em reações bioquímicas que diminui a qualidade e o valor de mercado da carne dos animais que chegarem ao abate.
Leia mais sobre esse assunto na reportagem do site Suinocultura Industrial. Veja a regulamentação completa no site do Departamento Nacional de Trânsito.
Publicado em 20 julho de 2017