Greenwashing: conheça 7 pecados da prática
A população global vem despertando para a urgência de se preservar o meio ambiente, os recursos naturais e o bem-estar dos animais e passou a exigir que empresas, entidades e instituições governamentais sejam responsáveis e transparentes em suas ações. Isso levou ao surgimento do conceito ESG como um guia ético para as organizações – e também ao outro lado da moeda, o greenwashing.
Traduzido do inglês como “maquiagem verde”, o greenwashing é, para todos os efeitos, uma mentira: através do uso de marketing, divulgação de meias-verdades e outros artifícios, a organização constrói uma imagem de sustentabilidade para seus produtos ou atividades que não corresponde à realidade.
Como é possível, então, com tantas informações desonestas sendo divulgadas, identificar e evitar o greenwashing? Acompanhe o texto até o fim para descobrir a resposta, entender melhor o conceito ESG e conhecer 7 pecados do greenwashing!
Conceito de greenwashing
O greenwashing é a prática definida pelo Greenpeace como “ato de enganar consumidores quanto às práticas ambientais de uma companhia ou quanto aos benefícios ambientais de um produto ou serviço”.
O termo foi criado em 1986 pelo ambientalista Jay Westerveld para cunhar empresas que divulgam peças publicitárias sobre sustentabilidade enquanto utilizam práticas insustentáveis.
Hoje, mais de 35 anos depois, a prática do greenwashing está mais forte que nunca – e os métodos usados para divulgar desinformação foram inclusive expandidos.
ESG
Sigla em inglês para Environmental, Social and Corporate Governance, o ESG refere-se aos princípios de cuidados ambientais, sociais e de governança dentro das organizações. Ainda que tenha sido citado pela primeira vez em 2004 em publicação do Banco Mundial e da ONU, foi em 2021 que o conceito ESG tornou-se prioridade do meio corporativo.
Especialistas em mercado apontam que, em 2022 e adiante, as empresas devem aumentar os investimentos em práticas de ESG – e receberão, em retorno, mais investimentos dos bancos e gestoras.
7 pecados do greenwashing
Se nem sempre parece simples de se identificar quando uma organização está tentando lhe enganar com greenwashing, existem alguns pecados comuns à prática que podem ajudar a diferenciar as marcas que apenas fingem ser sustentáveis e éticas das que de fato atuam para minimizar impactos, preservar a natureza e garantir o bem-estar dos animais.
Conheça abaixo 7 pecados do greenwashing:
1.Vagueza e imprecisão → Quando a empresa usa termos amplos e vagos sobre sustentabilidade que não esclarecem porque o produto seria sustentável: “amigo do meio ambiente”, “green friendly”, “natural” ou mesmo “sustentável”;
2.Irrelevância → É a prática de divulgar, como se fossem relevantes, informações que na verdade são obrigatórias – como “livre de CFC”, substância que já está abolida desde a década de 1980;
3.Troca oculta → Ocorre quando a marca promove uma prática supostamente sustentável que na realidade não é necessariamente a melhor alternativa – como incentivar o uso de papel só porque este viria de áreas de reflorestamento;
4.Falta de provas → Alegar que o produto é sustentável e ecologicamente correto sem apresentar no rótulos provas concretas como dados científicos ou certificados de terceiros é um dos pecados mais comuns do greenwashing;
5.Falsos rótulos → Falando em certificados, o pecado dos falsos rótulos ocorre quando a empresa apresenta no rótulo palavras ou imagens que sugerem que o produto foi certificado por terceiros – quando na verdade foi ela mesma quem criou a “certificação”;
6.Menor de dois males → É a tentativa de ludibriar e levar o consumidor a acreditar que está consumindo um produto que faz menos mal para si mesmo e para a natureza do que outro produto concorrente – mas que continua ainda assim prejudicando ambos;
7.Mentira → O mais clássico dos pecados do greenwashing é a boa e velha lorota: alegar que a empresa reaproveita energia e resíduos quando não o faz; que os animais geradores de matéria-prima são criados com bem-estar sem que haja qualquer critério de avaliação; e assim por diante.
→ Conheça os critérios avaliados pela Certified Humane para conceder a certificação de bem-estar animal!
Publicado em 23 maio de 2022