5 regras de bem-estar para o transporte de bovinos
Assegurar o bem-estar dos bovinos não apenas no local de criação, mas também durante o transporte, tem enorme impacto na condição dos animais e na qualidade do produto final. É por isso que gerenciar o transporte de bovinos em condições de bem-estar, assim como para outras espécies de animais, envolve uma série de variáveis a observar e diretrizes a seguir.
Referência no tema, o North American Meat Institute (NAMI) recomenda que os locais de abate e processamento avaliem o bem-estar dos animais que chegam realizando auditorias internas regulares para detectar possíveis problemas e promover melhorias no transporte. Outra orientação é para que as diretrizes específicas do MAPA em questão sejam consultadas.
Mas existem práticas de bem-estar que valem para qualquer situação – e você vai conhecer no texto abaixo 5 regras essenciais de bem-estar para o transporte de bovinos! Siga conosco!
1. Treinamento
A indústria da carne possui programas específicos para cada espécie baseados em dados científicos que são destinados a educar produtores, transportadores e processadores sobre as melhores práticas de bem-estar na criação dos animais. Isso inclui programas voltados para o transporte de bovinos que oferecem, inclusive, a certificação de treinamento para transportadores e manejadores dos animais, tanto na fazenda como nas plantas frigoríficas.
A certificação de treinamento é a única maneira de comprovar que o produtor, o transportador ou o processador conhece as práticas de bem-estar e as técnicas de manejo animal que são aprovadas pela indústria – e é extremamente recomendado que ela seja obtida.
2. Práticas de direção de caminhão
Dirigir o caminhão cuidadosamente ao realizar o transporte de bovinos ajuda a prevenir lesões, ferimentos e perdas. Em contrapartida, paradas bruscas e acelerações muito rápidas aumentam os níveis de estresse e a ocorrência de ferimentos. Mitigar riscos de acidentes deve ser sempre uma prioridade durante o transporte!
Optar por rotas mais diretas e simultaneamente evitar buracos e rodovias não pavimentadas também oferece benefícios – a principal recomendação, no entanto, é manter o veículo e a carga sempre em movimento. Isso porque o número de animais doentes, feridos, fatigados e até mortos cresce substancialmente quando o veículo é parado uma vez que os animais se agitam e aumenta o calor corporal.
3. Modelo de carroceria
As carrocerias dos veículos usados no transporte de bovinos devem permitir que os animais sejam transportados de forma humanitária. O piso deve ser integralmente antiderrapante e as carrocerias devem ter altura suficiente entre os compartimentos para que os animais mantenham sua posição natural sem que a cabeça ou o dorso encostem no teto ou nos portões internos da carroceria. Atenção às pontas de ferros e ripas quebradas que podem ferir os animais, por isso a inspeção rotineira e a manutenção devem ser prioridade.
Para carrocerias de dois andares, as rampas internas devem permanecer niveladas, com painéis ou trilhos no lugar para evitar que os animais caiam para os lados. As rampas não devem ser tão íngremes a ponto de fazer com que os animais deslizem e precisam ser construídas com material antiderrapante. Portas e portões devem poder ser abertos e fechados livremente e de forma segura.
4. Embarque
Pesquisas comprovam que a sobrecarga dos caminhões aumenta as contusões e o número
de animais cansados, feridos, incapazes de se locomover ou mortos. Assim, as carrocerias só devem ser carregadas na densidade recomendada pelo MAPA e pela indústria.
Motoristas e equipes de embarque devem conhecer a metragem quadrada da carroceria do veículo e o peso médio dos animais para determinar o número de animais adequado por compartimento. Os motoristas ainda devem estar cientes de condições que exijam ajustes
de densidade, como condições climáticas extremas e o transporte de animais de descarte.
As características físicas dos animais, como a presença de chifres, também devem ser levadas em conta – bem como a presença de animais incompatíveis por natureza, como machos inteiros e animais muito agitados. Nesses casos, os bovinos devem ser separados e todos os portões fechados em cargas que requerem segregação durante o transporte.
Todos os animais apresentados para o transporte devem estar em condições adequadas para permanecerem em pé sem dificuldade para serem transportados. O embarque de qualquer animal debilitado ou sem condições físicas é inaceitável.
5. Recepção na planta processadora
O local de processamento tem a responsabilidade de garantir que a instalação esteja preparada para receber os bovinos: piso antiderrapante nas rampas e docas e iluminação suficiente na área de desembarque são obrigatórios.
É preciso fornecer a funcionários e motoristas não apenas treinamento sobre o manejo correto como também colocar à disposição deles equipamentos aceitáveis para exercê-lo. Em caso de condições climáticas extremas, deve-se prover recursos para gerenciar tais condições como água potável e cobertura parcial, em especial nos currais de espera.
Outro cuidado indispensável é sempre disponibilizar a programação das cargas para evitar o acúmulo de caminhões e permitir o desembarque imediato dos animais. Também é preciso criar uma política e meios de manejo destinados aos animais incapazes de se locomover, bem como dispor de equipamento de abate de emergência em bom estado de manutenção.
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Publicado em 24 agosto de 2022